terça-feira, 17 de novembro de 2009

Percepções...

O bom e velho mar. É ele que muitas vezes se coloca como nosso único meio de escape do stress do dia a dia. É ele que vem trazer uma satisfação inigualável atravéz de uma relação com a natureza, uma ocupação da paisagem, do espaço, em tão extraordinárias maneiras de recriação da utilização espacial que acredito possa ser posta como uma das mais geniais formas de interação do corpo com o espaço e suas decorrências mentais- e aqui falo como Arquiteto que sou.

Uma onda é única! Mas a tendência de ela ocorrer em uma certa bancada, seja ela em Tramandai (1), Chicama(2) ou em Pacasmayo (3) existe potencializando características. Dentro destas variáveis a satisfação sempre pode ser encontrada, o que se altera é a probabilidade decorrente das tendencias e do potencial de ocorrência. Portanto pra nossa satisfação, o surf tem de ser criado e recriado a partir destes parâmetros. O mar em Tramandaí pode proporcionar tanto prazer quanto o de Pacasmayo- guardadas as devidas proporções.





Exemplificando. O mar da Foto 1, em nosso querido e continuo litoral riograndense, estava vazio, não havia nenhuma alma apreciando a bela cor de “Ovomarttino”, ou os tubos que eventualmente quebravam. O sol se apresentava em grande estilo; um dia perfeito não fosse o cortante vento sudoeste que emburacava as ondas de maneira rápida, gerava diversos carneirinhos e reduzia a quantidade de ondas que realmente apresentavam qualidade.

Aquele olho cirúrgico do surfista viu que a cada quinze, ou trinta e cinco minutos, entrava UMA, e somente uma, onda realmente de qualidade. E ela estava lá quebrando o dia inteirooo... Acredito que durante o dia todo umas cinquenta ondas daquelas quebrariam e ninguém as surfaria. Insisti para que o Tatu(companheiro de praia) fosse dar o banho junto comigo no final de tarde. Sob protestos me acompanhou.

Ao entrarmos na água notamos que a situação era melhor do que imaginávamos. Portanto nossa perspectiva perante o mar se renovou de princípio. Depois de quarenta minutos de banho mais acostumado a condição do mar, com o sol baixando e o vento também se acalmando, houveram quinze minutos de pausa do vento! E neste momento entrou um seriado balançando, que conforme a observação anterior da serie tendenciava para que a onda intermediária fosse a melhor! Logo gritei pra o Tatu pra remarmos pra fora olhando para onda! A intermediária abriu para os dois lados, o Tatu remando para a direita e eu gritando dropei a onda para a esquerda; o tão desejado tubo apareceu! Aquele envólucro mágico sempre faz com que o coração dispare uma carga alucinante de adrenalina!

Era um banho em que nenhum surfista acreditou em um potencial. Talvez por preguiça deixaram de esperar os quinze ou quarenta minutos para pegar uma onda realmente de qualidade e finalizar com o prazerozo cansaço do surf! Infelizmente as outras quarenta e nove ondas quebraram sozinhas! Mas uma destas foi minha devido a mais pura surfissura!

Como comentado em meu penúltimo texto estes meros dois segundos que se está dentro de um canudo de água são inenarráveis. Emocionam tanto quanto os vários quilômetros de perfeitas ondas de Chicama ou Pacasmayo. E a cada estada dentro do mar nossa experiência adquirida se amplia e a satisfação se torna mais tangivel.



Para a certeza da diversão
é só saber usar a observação
combinada a imaginação!

Surfissura é nóis!

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